Mudando pensamentos retrógrados e quebrando a visão restrita de que dentista é o profissional que cuida dos dentes, proponho aqui a reflexão sobre o exercício da atividade do cirurgião dentista.
A anamnese é de suma importância e as informações recolhidas no que diz respeito ao quadro de saúde geral (física e psíquica) do paciente está intimamente ligada ao sucesso do tratamento. A mentalidade do dentista que "cuida da boca" cai por terra quando observamos que inúmeras patologias bucais surgem do desequilíbrio de outras áreas do organismo ou do estado emocional do paciente.
A anamnese é de suma importância e as informações recolhidas no que diz respeito ao quadro de saúde geral (física e psíquica) do paciente está intimamente ligada ao sucesso do tratamento. A mentalidade do dentista que "cuida da boca" cai por terra quando observamos que inúmeras patologias bucais surgem do desequilíbrio de outras áreas do organismo ou do estado emocional do paciente.
Essa visão abrangente, que observa muito mais do que uma cárie em um dente é um avanço tão grande quanto os recursos tecnológicos que temos em mãos. À medida que a ciência estuda a melhoria de técnicas, no que diz respeito à aparelhagem, informatização, análise de novas drogas e em busca de cura às enfermidades, cabe a nós profissionais termos em nosso arsenal a eterna busca de conhecimento ao lidar com cada pessoa como um ser único, com suas particularidades, suas necessidades, suas respostas frente aos diferentes tipos de tratamento.
Em uma sincronia e harmonia na relação paciente-profissional, está o caminho para o diagnóstico e a melhor resposta ao tratamento.
Está aí a importância do paciente dar o máximo de informações ao profissional, seja no quadro de saúde geral, se está tomando algum remédia, se está no meio de algum tratamento médico, fisioterápico, psiquiátrico ou qualquer processo terapêutico.
Da mesma forma que muitos problemas refletem na boca, um foco de infecção que esteja na boca (que não está separada do corpo!) pode desencadear inúmeros problemas em outras partes do organismo. Por exemplo: um paciente foi encaminhado ao meu consultório por um urologista para uma avaliação bucal, uma vez que o mesmo apresentava uma infecção urinária persistente. Tal infecção foi sanada após a realização de um tratamento endodôntico (tratamento de canal).
Mas há muitos e muitos riscos em deixar de cuidar da saúde bucal, mesmo porque estará deixando de cuidar da saúde geral! A endocardite é muito temida, onde bactérias caem na corrente sanguínea e se alojam em válvulas do coração.
Há hoje uma grande preocupação com a higienização e saúde bucal de pacientes intubados e em Centros de Terapia Intensiva, pelo risco da aspiração de bactérias aos pulmões e a relação com as pneumonias nesses pacientes que já encontram-se debilitados.
Além dos exemplos acima citados, poderia ficar horas e horas descrevendo a íntima relação entre a boca com o restante do corpo. O intúito é despertar a responsabilidade em cuidar da saúde bucal tendo em vista a amplitude e correlação de todos os sistemas em nosso organismo.